Muitas crianças apontavam o lápis até a metade, depois jogavam o resto fora. Usavam a borracha até ficar um pouco feia, um pouco suja e pronto: lixo. Caderno? Rabiscavam e arrancavam páginas, sem saber que caderno custa dinheiro e papel é feito de celulose - substância que existe nos vegetais. Cada caderno, cada livro tem um pouco de árvores? Tem, sim. Então é preciso cuidar, respeitar.
Em muita escola modesta, as crianças não têm lápis nem papel para as lições. Em vez de usar meio lápis, meia borracha e depois jogar fora, não é preferível, quem pode, dar um caderno, um lápis e uma borracha para quem não tem?
Uma Professora colocou, na escola, caixas para isso. A diretora, depois distribuiria os presentes para as escolas mas necessitadas. Lápis usado, mas ainda bom, podia ser doado. Borracha também. Fazia parte do jogo de não jogar, ir economizando, modificando, dando, ensinando.
As aulas da professora ficaram mais alegres. E a escola inteira se entusiasmou. Dizem que à noite, saindo das caixas, os lápis dançavam, felizes, as borrachas davam risadas e os cadernos cantavam as letras que tinham aprendido. Festejavam não ir para o lixo.
Julieta de Godoy
O jogo de não jogar.
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